Prender o dedo na porta dói.
Morder a língua dói. Levar um pisão no pé dói. Bater a testa na quina da mesa dói.
Dor de garganta dói. Enrroscar o cabelo na escova dói. Dor de dente dói.
Bater o dedinho do pé dói. Bater o joelho dói. Arrancar um dente dói. Depilar dói. Com a pinça também dói.
Cortar o dedo na faca dói. Torcer o pulso dói. Tomar bolada dói. Uma palmada na bunda dói.
Mas são dores físicas, e o lado bom é que você sabe aonde está doendo.
Você localiza a dor e com um remédio, uma pomada, um beijinho de mãe, um sorvete,
um agrado…. você se cura.
A diferença é que, sentir saudades dói; amar dói; perder alguém dói; dizer não, dói;
voltar atrás dói; e não voltar também dói; arrependimento dói; angústia dói; solidão dói;
ver a pessoa amada com outra dói; sentir ciúmes dói; remorço dói; lembrança dói;
e não há um remédio para sarar, um presente para agradar,
um beijinho pra acalmar, um abraço para confortar, e tudo isso porque não dá para curar onde não está realmente ferido.
Não se localiza dor, mesmo que tudo por dentro esteja quebrado. Não há nada que possamos fazer.
Não há opções.
Então nos resta somente uma escolha: Aceitar, entender e esperar.
Esperar o tempo curar e levar a dor consigo, deixando somente uma cicatriz no peito,
que comprove à si mesmo, que algo de doloroso esteve ali. (copodeleite)
0 comentários:
Postar um comentário